A fim de nos conscientizarmos da condição de beneficiários da obra de Allan Kardec, desse acervo imenso de esclarecimentos, que marcaram efetivamente uma nova etapa na evolução humana, é necessário pensarmos em Kardec na sua época. Juntos, viajarmos para o passado, a fim de compreendermos os costumes, os valores sociais, políticos, religiosos e principalmente, as limitações por ele vivenciadas, para com exatidão sentirmos o quanto estava a frente do seu tempo.
Ah! Também não contou com a máquina de escrever (1870) e os benefícios que esta lhe daria no seu trabalho; não conheceu o telefone, inventado em 1876; não desfrutou do fonógrafo –1877. O conforto da luz elétrica em 1879. Não vivenciou o encurtamento das distâncias e do tempo propiciado pela invenção do automóvel – 1885.
Sequer ouviu as primeiras ondas do rádio – 1895.
No entanto, sua obra e sua figura transcenderam o tempo e marcaram a história da Humanidade, sem a ajuda da propaganda e imprensa de massa.
Nessa viagem ao século XIX, também conhecido como século da Razão, como vimos, foi o século das grandes invenções, das profundas transformações político-sociais e econômicas que influenciaram as gerações seguintes.
Todas essas transformações foram fortemente apoiadas nas ideias renovadoras da Filosofia e Ciência divulgadas pelos enciclopedistas, tais como Voltaire, Mostesquieu, Rousseau, D’Alembert, Diderot e Quesnay, entre tantos outros, no século XVIII, também conhecido como século das luzes.
Emmanuel, no livro A Caminho da Luz, de Francisco Cândido Xavier, faz menção a esses notáveis vultos, ao dizer: “… O século XVIII iniciou-se entre lutas igualmente renovadoras, mas elevados Espíritos da Filosofia e da Ciência, reencarnados particularmente na França, iam combater os erros da sociedade e da política, fazendo soçobrar os princípios do direito divino, em nome do qual se cometiam todas as barbaridades…”, continua ao lembrar;…” foram eles os instrumentos ativos do mundo espiritual, para a regeneração das coletividades terrestres…”
Dois grandes acontecimentos mudaram a face da Europa: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, responsáveis pela consolidação da burguesia, que, infiltrando-se aos poucos na aristocracia, começou a dominar a vida política, social e econômica.
A Revolução Francesa foi o apogeu de um processo revolucionário que se iniciou na Europa no final do século XVIII, marcando o radical descontentamento em relação à maneira como a aristocracia governava toda a sociedade. A sociedade francesa era constituída de três grupos sociais básicos:
– Primeiro Estado formado pelo clero (2%).
– Segundo Estado formado pela nobreza (2,5%).
– Terceiro Estado formado pela burguesia, artesãos, proletariado industrial e camponeses (95%).
A burguesia tinha poder econômico devido suas atividades industriais e financeiras, mas não tinha participação política. Essa foi a razão da Revolução Francesa de 14 de julho de 1789, (século XVIII).
Liberdade, Igualdade e Fraternidade tornaram-se palavras de ordem na época.
Em resumo: lutava-se por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos individuais fossem respeitados. Essa expectativa traduziu-se na Declaração dos Direitos dos Homens e do Cidadão, promulgada pela Assembléia Nacional da França, por Napoleão Bonaparte, imperador por 15 anos. Artigo primeiro:
“Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos: as diferenças sociais só podem se fundamentar no bem comum.”
Por sua vez, a Revolução Industrial, gerou novos inventos como objetivo de solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de produção, provocando a divisão de trabalho, o início da especialização da mão-de- obra, servindo de alavanca para o progresso tecnológico que presenciamos hoje.
Todavia, é importante assinalar que uma revolução diferente marcou também esse período. Falamos da Revolução Moral proposta pelo Espiritismo nascente, cuja ação não se manifestaria tão somente nos problemas de ordem doutrinária, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século XIX. Podemos encontrar maiores esclarecimentos no livro “A Caminho da Luz”, de Francisco Cândido Xavier, quando Emmanuel nos diz: “… O século XIX desenrolava uma torrente de claridades na face do mundo, encaminhando todos os países para as reformas úteis e preciosas. As lições sagradas do Espiritismo iam ser ouvidas pela Humanidade sofredora. Jesus, na sua magnanimidade, repartiria o pão sagrado da esperança e da crença com todos os corações. Allan Kardec, todavia, na sua missão de esclarecimento e consolação, fazia-se acompanhar de uma plêiade de companheiros e colaboradores, cuja ação regeneradora não se manifestaria tão somente nos problemas de ordem doutrinária, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século XIX…”
Esse era o cenário da França do século XIX, de transformações filosóficas, políticas, religiosas, científicas, artísticas e culturais onde na cidade de Lyon, aos 03 de outubro de 1804, nascia Hippolyte Léon Denizard Rivail.
Filho de Jean-Baptiste Antoine Rivail, magistrado íntegro e Jeanne Louise Duhamel. Desde de cedo revelou-se altamente inteligente e agudo observador, denotando inclinações para as ciências e os assuntos filosóficos. Rivail iniciou seus primeiros estudos na sua cidade natal, Lyon.
Aos dez anos, a fim de complementar e enriquecer seus estudos, seus pais o enviaram para o Instituto de Educação em Yverdon, na Suíça, dirigido por Johann Heinrich Pestalozzi, considerado a escola modelo da Europa.
Grandes personalidades políticas, científicas, literárias voltavam maravilhadas de suas visitas ao famoso Instituto; entre elas: o rei da Prússia, o czar da Rússia, Alexandre I, o rei Carlos IV da Espanha, a futura imperatriz do Brasil D. Leopoldina de Áustria, Göethe, poeta alemão e tantos outros da nobreza europeia e do mundo cultural.
Rivail se revelou um dos discípulos mais fervorosos do mestre suíço. Desde cedo demonstrou ser possuidor de rara inteligência e alto espírito de observação.
Naturalmente, mostrou aptidão para o ensino e para o estudo das ciências e da filosofia, cativando a simpatia e admiração do professor Pestalozzi, tornando-se, pouco depois, eficiente colaborador.
Os exemplos de amor ao próximo fornecidos pelo mestre suíço, para quem o amor é a eterna base da educação; pois para Johann Pestalozzi, a educação está fundamentada como orgânica, intelectual e moral. Orgânica, educar o coração pelo amor, intelectual, a cabeça pela razão e moral, as mãos pela prática do bem, esses ensinamentos, norteariam para sempre a vida do futuro Codificador do Espiritismo.
Retornando a Paris, Denizard Rivail dedicou-se ao exercício do magistério. Nas horas vagas, traduzia obras em inglês e alemão, e preparava o seu primeiro livro, segundo o método de Pestalozzi, Cours d’Arithmétique, (Curso de Aritmética) sua primeira obra de cunho pedagógico, dezembro de 1823.
Sempre amparado em bases pestalozzinas, mas com muita originalidade, Denizard Rivail publicou numerosos livros didáticos, bem como planos e projetos dirigidos à reforma do ensino francês.
Em 1826, funda a Instituição Rivail, desenvolvendo notável trabalho de aprimoramento da inteligência de centenas de educandos, aos quais ele carinhosamente, chamava de meus amigos. Devemos ressaltar, que tanto na Instituição, como em muitos outros de seus empreendimentos, contou com o apoio e a dedicação da Profª Amelie-Gabrielle Boudet, com quem se casaria em 1832.
Assim, no decorrer de sua carreira, o emérito educador francês, dileto discípulo de Pestalozzi, consagrado escritor, membro da Academia Real d’Arras, consolidou seu nome e o respeito de autoridades e professores como mestre da Pedagogia moderna, e em meados do século XIX sai de cena e dá lugar ao surgimento de Allan Kardec, pseudônimo que passaria a assinar.
Foi em 1854 que pela primeira vez, o professor Rivail, estudioso do magnetismo, se expressa a respeito de novos fatos:
“… encontrei o Senhor Fortier, a quem eu conhecia desde muito tempo e que me disse: Já sabe da singular propriedade que se acaba de descobrir no magnetismo? Parece que já não são somente as pessoas que se podem magnetizar, mas também as mesas, conseguindo-se que elas girem e caminhem à vontade…”
“… Eu estava, pois, diante de um fato inexplicado, aparentemente contrário às leis da Natureza e que a minha razão repelia.”
Mas tudo começaria numa terça-feira do mês de maio de 1855, na casa da Sra. Plainemaison, à Rue Grange-Battelière,18, Paris, a sessão mediúnica, naquela noite, receberia uma visita que mudaria os rumos dos acontecimentos em torno dos fenômenos das mesas girantes que movimentavam os salões parisienses.
Convidado pelo Sr. Pâtier, funcionário público, com quem estivera naquele mês, na residência da médium sonâmbula Sra. Roger, o Professor Hippolyte Léon Denizard Rivail presenciaria, naquela reunião, ensaios, embora muitos imperfeitos, de escrita mediúnica numa ardósia, com o auxílio de uma cesta. Observador cuidadoso, prudente e meticuloso, o Professor Rivail, diferentemente do numeroso público que frequentava as reuniões, e que fazia daqueles fenômenos um passatempo, entrevia naquelas aparentes futilidades, a revelação de uma nova lei e resolve por estudá-los.
“…Foi numa dessas reuniões na casa da família Baudin que comecei os meus estudos sérios de Espiritismo, menos, ainda, por meio de revelações, do que de observações. Compreendi, antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da Humanidade, a solução que eu procurava em toda a minha vida.
Era, em suma, toda uma revolução nas ideias e nas crenças….”
O vida do célebre pedagogo, que assinara suas obras até ali, como H.L.D.Rivail nunca mais seria a mesma, a Sra. Amélie-Gabrielle Boudet (1795-1883), também professora de Belas Artes, escritora, assumiram ambos, ele como titular e líder, ela como fiel assessora e conselheira, uma das maiores missões jamais confiadas a um casal na Terra: recepcionar a Terceira Revelação das Leis de Deus, outro Consolador, explícito no Evangelho de João, cap. XIV, v. 15:17 e 26.
Através da mediunidade das Srtas. Baudin, o Prof. Rivail questiona os Espíritos acerca dos problemas relacionados com a Filosofia, a Psicologia e o mundo espiritual, e quando o material reunido constituía um todo e ganhava as proporções de uma doutrina, pensou em publicar os ensinos recebidos, a fim de compartilhar as instruções com todos. Contudo, desconhecia o significado e a dimensão do trabalho que vinha executando.
Cerca de um ano após o início de suas experiências, abril de 1856, quando frequentava, também, as reuniões na casa do Sr. Roustan e da médium sonâmbula Srta. Japhet, lhe foi feita a primeira revelação de sua missão, comprovada, depois pelo Espírito Hahnemann.
Em 12 de junho de 1856, pela mediunidade da senhorita Aline C…, o professor Rivail dirige-se ao Espírito Verdade com a intenção de obter mais informações acerca da missão que alguns Espíritos já lhe haviam dito: missionário chefe da nova doutrina.
Assim foi o diálogo:
“__ Bom Espírito, eu desejaria saber o que pensas da missão que alguns Espíritos me assinalam…”
“__Confirmo o que te foi dito, mas recomendo-te muita discrição, se quiseres sair-te bem…”
“__Nenhum desejo tenho certamente de me vangloriar de uma missão na qual dificilmente creio. Se estou destinado a servir de instrumento aos desígnios da
Providência, ela disponha de mim. Nesse caso, reclamo a tua assistência e a dos bons Espíritos, no sentido de me ajudarem e ampararem na minha tarefa…”
“__A nossa assistência não te faltará, mas será inútil se, de teu lado, não fizeres o que for necessário. Tens o livre-arbítrio, do qual podes usar como o entenderes.
Nenhum homem é constrangido a fazer coisa alguma…”
“__Que causas poderiam determinar o meu malogro? Seria a insuficiência das minhas capacidades?…”
“__Não; mas, a missão dos reformadores é prenhe de escolhos e perigos.
Previno-te de que é rude a tua, porquanto se trata de abalar e transformar o mundo inteiro. Não suponhas que te baste publicar um livro, dois livros, dez livros, para em seguida ficares tranquilamente em casa. Tens que expor a tua pessoa. Suscitarás contra ti ódios terríveis; inimigos encarniçados se conjurarão para a tua perda; ver-te- ás a braços com a malevolência, com a calúnia, com a traição mesma dos que te parecerão os mais dedicados; as tuas melhores instruções serão desprezadas e falseadas; por mais de uma vez sucumbirás sob o peso da fadiga; numa palavra: terás de sustentar uma luta quase contínua, com sacrifício de teu repouso, da tua tranquilidade, da tua saúde e até da tua vida, pois sem isso, viverias muito mais tempo. Ora bem! Não poucos recuam quando, em vez de uma estrada florida, só veem sob os passos urzes, pedras agudas e serpentes. Para tais missões, não basta a inteligência. Faz-se mister, primeiramente, para agradar a Deus, humildade, modéstia e desinteresse, visto que Ele abate os orgulhosos, os presunçosos e os ambiciosos. Para lutar contra os homens, são indispensáveis coragem, perseverança e inabalável firmeza. Também são necessários prudência e tato, a fim de conduzir as coisas de modo conveniente e não lhes comprometer o êxito com palavras ou medidas intempestivas. Exigem-se, por fim, devotamento, abnegação e disposição a todos os sacrifícios…”
Dez anos e meio depois dessas advertências do Espírito de Verdade, Kardec confessaria: “… “…Atesto que a comunicação do Espírito de Verdade se realizou em todos os pontos, pois experimentei todas as vicissitudes que me foram preditas. Vês, assim, que a tua missão esta subordinada a condições que dependem de ti…”
Diante do quadro de dificuldades que lhe foi apresentado pelo Espírito Verdade, mais ciente do papel que desempenharia daí por diante, Rivail, num gesto de humildade e submissão, eleva a Deus uma prece:
“…Senhor! Pois que te dignas lançar os olhos sobre mim para cumprimento dos teus desígnios, faça-se a tua vontade! Está nas tuas mãos a minha vida; dispõe do teu servo. Reconheço a minha fraqueza diante de tão grande tarefa; a minha boa vontade não desfalecerá, as forças, porém, talvez me traiam. Supre a minha deficiência; dá-me as forças físicas e morais que me forem necessárias. Ampara-me nos momentos difíceis e, com o teu auxílio e dos teus celestes mensageiros, tudo envidarei para corresponder aos teus desígnios…”
Foi assim, que através dos conhecimentos adquiridos, o missionário, Prof. Rivail, dá início á sua missão. O método adotado por ele na investigação e comprovação do fato mediúnico, instrumento comprobatório da existência e comunicabilidade do Espírito, é o experimental, aplicado às ciências positivas, fundamentado na observação, comparação, análise sistemática e conclusão. Diz Kardec:
“__…Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as consequências e busca as aplicações úteis….Apliquei a essa nova ciência, como fizera até então, o método experimental; nunca elaborei teorias preconcebidas; observava cuidadosamente, comparava, deduzia consequências; dos efeitos procurava remontar às causas, por dedução e pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por válida uma explicação, senão quando resolvida todas as dificuldades da questão…”
Quando da primeira publicação de O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857, Rivail se viu diante de um outro problema: com que nome assinaria o trabalho? O seu, Hippolyte Léon Denizard Rivail ou um pseudônimo?!
Mais uma vez o bom senso prevaleceu. Por ser seu nome muito conhecido no mundo científico e por seus vários trabalhos anteriores, adotou o pseudônimo de Allan Kardec, nome que, segundo lhe revelara o guia, Zéfiro, ele tivera em uma de suas encarnações no tempo dos druidas, na antiga Gália, hoje França.
A caminhada do ilustre missionário não foi apenas de rosas, os espinhos também fizeram parte, mesclando o perfume em alegrias e tristezas.
Já havia se passado mais de dez anos de trabalhos árduos, entre muitos sorrisos e lágrimas, quando numa manhã fria de abril de 1860, Kardec encontrava-se cansado, abatido… a venda de livros diminuía, precisava de dinheiro para dar continuidade à obra, cartas sarcásticas avolumavam-se em sua mesa; em meio a esses acabrunhamentos, lembrou-se das advertências do Espírito Verdade e confessou:
“__Atesto que a comunicação do Espírito Verdade se realizou em todos os pontos, pois experimentei todas as vicissitudes que me foram preditas. Andei em luta com o ódio de inimigos encarniçados, com a injúria, a calúnia, a inveja e o ciúme; libelos infames se publicaram contra mim; as melhores instruções foram falseadas; traíram-me aqueles em quem eu mais confiança depositava, pagaram-me com a ingratidão aqueles a quem prestei serviços. A Sociedade de Paris se constituiu foco de contínuas intrigas urdidas contra mim por aqueles mesmos que se declaravam a meu favor e que, de boa fisionomia na minha presença, pelas costas me golpeavam.
Disseram que os que se me conservavam fiéis estavam à minha soldada e que eu lhes pagava com o dinheiro que ganhava do Espiritismo. Nunca mais foi dado a saber o que é repouso; mais de uma vez sucumbi ao excesso de trabalho, tive abalada a saúde e comprometida a existência…”
Foi quando chega a doce Gaby e lhe entrega um pacote, Kardec abre o embrulho e nesse havia uma carta que dizia:
“Sr. Allan Kardec; respeitoso abraço…Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro em anexo, bem como a sua história, rogando-lhe antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso….
Joseph Perrier passa a relatar sua história. Diante da perda de sua amada esposa Antoinette, levado pelo desespero, angustiado, sem confiança em Deus, numa madrugada andando pelo Sena, para junto à Ponte Marie. Olha ao redor e ao apoiar-se toca em um objeto que cai aos seus pés, era um livro. Entre irritado e curioso lê na capa:
“Esta obra salvou-me a vida. Leia com atenção e tenha bom proveito. A. Laurent.”.
Atônito ele leu o livro e acrescentou junto à dedicatória anterior: “Salvou-me também.
Deus abençoe as almas que cooperam em sua publicação, Joseph Perrier”
Depois da leitura da carta tão oportuna, Kardec apertou o livro junto ao peito, experimentou uma nova luz; a luz da esperança, não mais desânimo ou sofrimento; mas o eco do seu trabalho. Era preciso continuar.
Ao educador, coube a tarefa difícil de separar o bom, o bem, o belo, o instrutivo, o superior, contidos nas comunicações. Ao missionário os bens das manifestações de elevado teor moral e intelectual, originárias de planos superiores, demonstrando e comprovando objetivamente, a existência dos mundos espirituais.
Assim, a partir de abril de 1857, estavam assinaladas as fronteiras de uma Nova Era de conhecimentos espirituais, com suporte na realidade dos fatos e nas leis divinas.
O homem passa a ter respostas para os seus questionamentos interiores, passa a se conhecer melhor, e ver em Jesus o caminho para sua evolução. O missionário, Allan Kardec, será sempre atual, já que a Codificação Espírita é atemporal em seus conhecimentos e revelações.
A todos nós, Espíritos espíritas, cumpre-nos agradecer ao mensageiro do Consolador Prometido por Jesus, Allan Kardec, a grandeza da sua obra, na qual formula um novo modelo filosófico-científico para a Humanidade, onde a partir do seu conhecimento não seremos mais o mesmos.
No livro de Francisco Cândido Xavier, Cartas e Crônicas, ditou o Irmão X
(Humberto de Campos):
“…Allan Kardec, apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre-escola, muita vez atormentado e desiludido, como simples homem do povo, deu integral cumprimento à divina missão que trazia à Terra, inaugurando a era espírita-cristã, que, gradativamente, será considerada em todos os quadrantes do orbe como a sublime renascença da luz para o mundo inteiro…”
Bibliografia
1- KARDEC, Allan, Obras póstumas – Edições FEESP
2- KARDEC, Allan, A Gênese – Edições FEESP
3- KARDEC, Allan, O Evangelho Segundo Espiritismo
4- XAVIER, Francisco Cândido, Cartas e crônicas – Edições FEB
5- XAVIER, Francisco Cândido, A Caminho da Luz – Edições FEB
6- WANTUIL, Zeus, Grandes espíritas do Brasil – Edições FEB
7- Autores diversos – Livros do Ensino Básico I e Básico II – Edições FEESP